Alguns aspectos naturais foram usados como critérios para regionalizar o espaço do Nordeste.
Levando-se em conta, principalmente, as características do clima e da vegetação original, a Região Nordeste pode ser dividia em quatro sub-regiões: ZONA DA MATA, AGRESTE, MEIO- NORTE e SERTÃO.
Além das diferenças climáticas e da vegetação, essas sub-regiões têm também diferenças quanto às atividades econômicas desenvolvidas.
A sub-região da Zona da Mata originalmente era recoberta pela Mata Atlântica, daí seu nome. Essa área foi intensamente explorada do ponto de vista econômico.
Os cultivos de cana-de-açúcar acabaram por substituir a Floresta Tropical, de onde quase todo o pau-brasil já havia sido retirado.
Outro fator que contribuiu para o desaparecimento da Mata Atlântica nessa sub-região é que nela foram estabelecidos povoamentos que se tornaram importantes cidades: as capitais dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
A Zona da Mata é a mais populosa e conta com a mais elevada densidade demográfica das sub-regiões nordestinas. Também é a sub-região mais industrializada e desenvolvida economicamente.
Contudo, apresentam-se muitos problemas sociais, tais como condições precárias de muitas das moradias nos centros urbanos, elevado índice de desemprego, salários muitos baixos, principalmente nas atividades agropecuárias.
A sub-região nordestina da Zona da Mata pode ser dividida em três áreas distintas:
1. ZONA DA MATA AÇUCAREIRA;
2. RECÔNCAVO BAIANO;
3. ZONA DA MATA CACAUEIRA.
A denominação ZONA DA MATA AÇUCAREIRA teve origem no período colonial e correspondia à área de cultivo da cana-de-açúcar, que abrangia desde o Rio Grande do Norte até o norte da Bahia.
Atualmente, apesar de ainda haver muitas usinas de açúcar e de álcool e latifúndios monocultores, a produção de cana-de-açúcar tem diminuído e está cedendo lugar às atividades pecuárias e de produção de frutas.
Atualmente os maiores produtores de cana-de-açúcar do Nordeste são os estados de Alagoas e Pernambuco.
O Recôncavo Baiano compreende vários municípios localizados em torno da cidade de Salvador.
No município de Camaçari, a cerca de 50 km de Salvador, situa-se o Pólo Industrial e Petroquímico de Camaçari, que abriga importantes indústrias petroquímicas e de outros setores, como o metalúrgico e o automobilístico.
Nessa sub-região se desenvolvem ainda atividades tradicionais, como a agricultura de subsistência, a pesca e a coleta de mariscos, entre outras.
A Zona da Mata Cacaueira corresponde ao sul da Bahia, onde se destacam as cidades de Ilhéus e de Itabuna. Essa área foi importante produtora e exportadora mundial de cacau, desde o fim do século XIX até praticamente o final da década de 1970.
Já na década de 1950, uma crise na produção cacaueira levou à diminuição da área de plantio desse fruto na Bahia e no restante do país.
Apesar dessa diminuição decorrente da crise, o sul da Bahia ainda continua sendo um importante exportador de cacau.
A chamada Zona do cacau, após o período crítico, diversificou a sua economia, passando a desenvolver outras atividades, como a pecuária, a industrialização de polpa de frutas, a indústria de celulose, entre outras.
Por estar situado entre uma área seca (o Sertão) e outra úmida (a Zona da Mata), o Agreste constitui uma faixa de transição que possui vegetação característica dos ambientes da Caatinga e da Mata Atlântica.
No Agreste predominam os minifúndios policultores, isto é, as pequenas propriedades em que se cultivam vários produtos.
No Agreste também se desenvolvem a pecuária leiteira e as indústrias de derivados de leite e de bens de consumo, principalmente doces, sucos, móveis, calçados e têxteis.
O comércio é outra atividade muito importante do Agreste. Nesse setor, destacam-se as cidades de Campina Grande, no estado da Paraíba; Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia; Caruaru e Garanhuns, no estado de Pernambuco.
Muitos municípios do Agreste cresceram em decorrência da produção algodoeira.
Campina Grande, na Paraíba, convive com a cultura do algodão desde o início do século XX.
Hoje, a cidade tem um pólo têxtil consolidado e se destaca no cenário nacional não só pela quantidade da produção, mas por um diferencial tecnológico: o algodão colorido, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e exportado para países da América Latina e da Europa.
Esse produto é resultado de doze anos de pesquisa. O impulso econômico trazido pelo algodão colorido levou as fábricas da região a se organizarem para conquistar o mercado externo.
O Meio-Norte abrange o estado do Maranhão e a maior parte do estado do Piauí. É uma área de transição entre a Região Norte, extremamente úmida e o Sertão nordestino, muito seco.
A vegetação original nessa área é a Mata dos Cocais, que favoreceu o desenvolvimento das atividades de extrativismo vegetal.
Da carnaúba, extraem-se óleos e ceras para fabricação de velas e lubrificantes. Da palmeira de babaçu, é possível extrair palmito e o coco para a produção de óleos usados pelas indústrias, como a de cosméticos.
A maior parte da mão-de-obra envolvida na extração de coco de babaçu é de mulheres, as chamadas quebradeiras, que trabalham em condições precárias.
A economia do Meio-Norte tem se baseado também na criação de gado, na cultura de algodão e de arroz e no extrativismo vegetal.
Nas últimas décadas, vem ocorrendo a expansão da cultura de soja, destinadas à exportação. A soja produzida na região é exportada do Porto de Itaqui, em São Luís, capital do Maranhão e principal cidade do Meio-Norte.
O Sertão nordestino é a maior sub-região do Nordeste. Também é conhecido como a região do semi-árido, já que se caracteriza pela predominância do clima tropical semi-árido.
No interior do Sertão, em algumas áreas de vale, encontramos lugares mais úmidos, os brejos, onde se concentram importantes áreas agrícolas.
A pecuária extensiva e a agricultura comercial de frutas, café, algodão, soja, milho, feijão, arroz e mandioca são as principais atividades do Sertão.
Nos últimos anos, áreas irrigadas do Sertão vêm se tornando importantes produtoras.
Grande parte da população do Sertão sofre com as secas periódicas, que às vezes duram anos. Sem ter condições de estocar alimentos para serem consumidos durante esses períodos prolongados de seca, as famílias que vivem no meio rural enfrentam fome e miséria.
me ajudou muito abrigado
ResponderExcluirvsrdEuy6p[4
ResponderExcluirMuito educativo como eu esperava
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