O Brasil sempre foi visto pelos seus vizinhos na América do Sul como um país imperialista, conquistador e, até mesmo individualista. Desde a independência, em 1822, os governantes brasileiros buscam tornar o país uma potência regional na América do Sul.
Diferentemente da atual política externa brasileira, durante o Império (1822-1889) as ações adotadas em relação aos territórios vizinhos eram extremamente expansionistas, baseadas na geopolítica clássica.
O atual território brasileiro é resultado de uma série de anexações feitas após a independência, à custas de disputas e perdas territoriais com os demais Estados sul-americanos.
A partir do período republicano, as relações mantidas com os vizinhos começaram a se alterar principalmente devido à figura do Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores de 1902 a 1912. O barão foi o grande responsável pela consolidação das fronteiras de nosso país e também o “pai da diplomacia contemporânea brasileira”.
Independentemente do tipo de política externa adotada, os interesses e os objetivos brasileiros na América do Sul sempre se chocaram com os argentinos. Historicamente, Brasil e Argentina são concorrentes, continuamente empreendendo disputas acirradas pela hegemonia econômica e política na América do Sul. Até o início da década de 1970, os dois países alternaram-se na liderança dessa região.
Com a chegada dos militares ao poder no Brasil, em 1964, um novo projeto de política externa foi implantado, com o objetivo de elevar o país à categoria de potência mundial. O projeto começou a ser posto em prática na América Platina, exatamente na região de maior influência desse concorrente.
A Bolívia e o Paraguai, territórios sem saída para o mar eram dependentes da Argentina para escoar seus produtos para o exterior. Com a Bolívia, foi elaborado um projeto para a implantação da Ferrovia Brasil-Bolívia, ligando esse país vizinho ao Porto de Santos, no estado de São Paulo.
Também foi construído o Gasoduto Bolívia-Brasil, responsável pelo transporte do gás natural boliviano para o território brasileiro, determinando uma importante fonte de renda para a economia daquele país.
Em relação ao Paraguai, o governo brasileiro promoveu a construção da Rodovia BR-277. O objetivo foi ligar o eixo econômico paraguaio, Assunção-Ciudad del Este, ao Porto de Paranaguá, no litoral do estado do Paraná e favorecer as exportações paraguaias.
Outra medida adotada pelo Brasil foi a construção, em parceria com o Paraguai, da Hidrelétrica de Itaipu, que tornou o país platino auto-suficiente na produção de energia elétrica. Como o Paraguai não consome toda a energia, vende o excedente para o Brasil e outros países vizinhos.
Por fim, faltava a Argentina. A partir da década de 1980, a competição foi colocada de lado, cedendo espaço a uma política comum de cooperação entre os dois países, incluindo a cooperação militar.
sábado, 6 de novembro de 2010
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